A imagem corporal na gestação e ganho de peso.

Corpos que gestam, a imagem corporal

Antes de mais nada, é essencial afirmar algo que parece simples, mas ainda causa desconforto: o corpo grávido muda ,e essa transformação é natural, saudável e necessária.

À primeira vista, pode parecer óbvio. Principalmente em tempos de padrões estéticos inalcançáveis, lembrar disso se tornou um ato de resistência. De antemão, vale refletir: por que tantas mulheres sentem culpa ou vergonha ao ganharem peso na gravidez, mesmo sabendo que isso é esperado?

Em primeiro lugar, a gestação transforma o corpo, a identidade e as emoções da mulher. Segundo Meirelles et al. (2023), a pressão estética pode ser tão intensa que o ganho de peso natural da gravidez acaba servindo como gatilho para sofrimento emocional e transtornos alimentares.

Ainda assim, muitas mulheres enfrentam esse processo em silêncio. Algumas temem parecer fracas, vaidosas demais ou pouco maternas. Em outras palavras, sentem-se julgadas tanto por  engordar quanto por se importarem com isso.

De acordo com Claydon et al. (2018), mesmo quando compreendem a importância do ganho de peso para a vida do bebê, muitas gestantes se sentem “gordas” em vez de grávidas. Julgando sua imagem corporal.

Além disso, a mídia reforça imagens romantizadas: barrigas lisas, corpos sem estrias, sem celulite, sem inchaços. Analogamente ao que ocorre fora da gravidez, esses padrões desrespeitam a diversidade dos corpos reais.

Antes que a gente esqueça: o ganho de peso é uma função fisiológica da gravidez. Segundo o Ministério da Saúde e a OMS, esse ganho varia conforme o IMC pré-gestacional. Porém, cada mulher precisa de uma avaliação individual, ética e respeitosa.

Todavia, se a mudança de peso traz sofrimento, culpa, compulsão ou negação alimentar, é preciso atenção. Nesse sentido, transtornos como a pregorexia devem ser reconhecidos e acolhidos, jamais julgados.

Qual imagem corporal eu vejo ?

Agora, mais do que nunca, precisamos valorizar a liberdade emocional e corporal da mulher grávida. Sobretudo, durante a gestação, o corpo feminino se torna palco de um processo sagrado que exige escuta, gentileza e confiança.

Conforme aponta a psicologia perinatal, a imagem corporal da gestante se conecta diretamente com sua identidade feminina. Ou seja, quando ela sente vergonha do próprio corpo, o sofrimento não está apenas na aparência , está no sentimento de não poder existir como ela é.

Do mesmo modo que cuidamos do bebê, precisamos cuidar da mãe. Afinal, uma mulher emocionalmente nutrida também oferece melhor cuidado.

Por exemplo, práticas como mindfulness, psicoterapia, rodas de gestantes e alimentação consciente ajudam a mulher a se reconectar com seu corpo com amor e respeito. Bem como a presença de profissionais que acolhem sem julgar é fundamental para prevenir quadros mais sérios.

Acima de tudo, o corpo grávido cria, acolhe e sustenta. Não está errado ,ele está em expansão.

Definitivamente, não precisamos caber em roupas antigas, em ideais estéticos ou nas expectativas alheias. Em suma, precisamos caber em nós mesmas , com liberdade, afeto e confiança.

Por fim, se você está gestando e sente desconforto com as mudanças do seu corpo, saiba que não está sozinha. Há caminhos possíveis. E há apoio pronto para caminhar com você.

💌 Procura apoio durante a gestação?

Atendimentos online em psicologia perinatal, com acolhimento, ciência e cuidado.

🌐 www.aretepsicologia.com.br
📱 WhatsApp: (11) 99341-8613
📸 Instagram: @clinicaaretepsi

 

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Kariane

Psicóloga clínica comportamental, especialista em Perinatal, pós graduada em Saúde Mental, palestrante. Com foco na saúde mental de mulheres e mães.

Vamos conversar?